A primeira sessão competitiva exibirá seis produções locais. Na telona, a diversidade do audiovisual capixaba. Todas as atividades da Mostra Produção Independente são abertas ao público!
Importante janela para difusão do audiovisual capixaba, a 12ª Mostra Produção Independente – Aldeias tem início nesta segunda (28) e vai até a próxima quinta-feira (31) com exibições de filmes e outras atividades sobre o audiovisual. Logo mais, na noite de abertura, no Cine Jardins, acontece a 1ª sessão da Mostra Competitiva Capixaba, o lançamento da Revista Milímetros nº 7 e a homenagem póstuma a artista e produtora cultural Regina Mainardi.
A inspiração para o tema da 12ª edição da Mostra Produção Independente veio do poema “Da minha Aldeia” de Fernando Pessoa, com pseudônimo de Alberto Caeiro: “Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo / Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer, / Porque eu sou do tamanho do que vejo / E não do tamanho da minha altura”.
Homenagem a Regina Maianardi
Recentemente falecida, Regina Mainardi é dona de uma trajetória multifacetada e de uma vida inteiramente voltada ao fazer artístico-cultural. Como parte da homenagem, o público irá assistir ao trailer da ficção “Como a noite apareceu”, curta produzido por Regina e dirigido por Alexandre Perim e – esse filme é falado em Guarani e rodado em Aracruz, tem como estrelas 85 atores da tribo Guarani Mybiá e foi exibido na 8ª Mostra Produção Independente – Janelas em 2012.
Produtora, agente cultural, dubladora, atriz, radialista, escritora, bonequeira são algumas das ocupações às quais essa artista e mobilizadora cultural se dedicou. Mãe de Laruska Mainardi Lima, Igor Aurelio Mainardi Gentil, Yasminn Mainardi e Ariel Morgana Mainardi Depaula, Regina deixou um legado nas áreas do cinema, teatro e literatura.
Nascida em 21 de abril de 1954, no Rio de Janeiro, seus pais eram taquígrafos e naturais do Espírito Santo e retornam para cá ainda na infância da Regina. Em 1978 ingressa curso de Artes Cênicas na Escola Macunaíma em São Paulo, formação que conclui em 1981, ano que em atua no longa-metragem “O Rei da Vela”, de José Celso Martinêz Corrêa e Noilton Nunes. Um ano depois já estava no elenco de “Etéia a Extraterrestre no Rio de Janeiro” (1983), de Roberto Mauro.
Entre os anos de 1984 a 1988, Regina fez estágio e dublou na Herbert Richers, Delarte, Telecine. Também atuou como modelo fotográfica e dividia sua vida entre Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória. Integrou o elenco de: “Vaga para Moça de Fino Trato”, longa-metragem de Paulo Tiago rodado no Espírito Santo (1990); “Punhal”, longa-metragem de Luiza Lubiana (2015); “Solidão Vadia”, de Ricardo Sá (1997) – curta-metragem em que também assina a produção junto com sua filha Laruska Mainardi. Em 2001, dirigiu, montou e produziu o documentário“Caravela Espírito Santo”, obra feita para a Comemoração Oficial dos 500 anos do Brasil. Em 2008, foi produtora, atriz e bonequeira na animação “Barratos”, de Marcos Veronese.
Entre os anos de 1990 e 2000, também atuou com como produtora e diretora tendo como destaques os seguintes trabalhos: “SOS. Poluição no Sítio do Picapau Amarelo”, “O Jardim Mágico”, “Amigo da Natureza” , “Na Escolinha de Brasilina”; “A Incrível Aventura da Vila de Vitória contra os Piratas Thomas Cavendish e Robert Morgan” – espetáculo que teve repercussão em nível nacional e que narrava a história do Espírito Santo de dentro da Caravela Espírito Santo; “O Monstro que Roubou o Natal”; “Gerê no Mangue”, peça premiada pelo Programa EnCenaBrasil da Funarte. Em 2007, foi convidada pela Faculdade de Música do Espírito Santo para criar as máscaras e bonecos de sombra na “Operá Il Campanello”. Em 2008, atuou como manipuladora de bonecos em “Corso”, desfile dos Artistas Capixabas no carnaval de Vitória
Nos anos de 1999 e 2000, Regina apresentou o programa “Rádio Vida” na Rádio América AM, veiculado aos domingos. Um dos quadros do programa era o RádioContos, onde ela apresentava a dramatização de histórias infantis,infanto-juvenis e adultas. Até meados dos anos 2000, esteve à frente do Potpourri de Doideiras, um programa juvenil teatrofônico de auditório que era apresentado nos finais de semana na Concha Acústica do Parque Moscoso e que chegou a circular por outros bairros e municípios da Grande Vitória.
No ano de 2000, Regina foi convidada para ser a escrivã da Caravela Espírito Santo na Comemoração Oficial dos 500 Anos do Brasil, experiência que gerou a publicação “Diário de Bordo da Caravela Espírito Santo”. No ano 2002, publicou o livro infanto-juvenil “O Polvo no Lixo” que fala sobre a solidariedade, o voluntariado em comunidade e sobre dois garotos de rua. Em 2007, lançou “O Jardim Mágico de Gerê” História em Quadrinhos, infantil que retrata o microcosmo, focada para o desenvolvimento do plantio.
Uma janela para o audiovisual capixaba
A Mostra Competitiva traz para o público uma seleção de 19 produções que expressam a diversidade do audiovisual capixaba. Na telona, o público irá assistir a vários gêneros fílmicos, com temáticas, propostas narrativas e estéticas igualmente diversas. Essas obras irão concorrer em diversas categorias definidas pelo Júri da Mostra e ainda poderão ser contempladas com Prêmios do Instituto de Artes e Técnicas em Comunicação (créstidos para cursos na área audiovisual) e um Prêmio da Link Digital (com serviço de Encode DCP para um filme de até 20 minutos). Após a exibição haverá um bate-papo com os diretores dos filmes.
A produção que abre a Mostra é o documentário “Divina Luz”, de Ricardo Sá, obra que apresenta a atualidade do pensamento da naturalista e bailarina Luz Del Fuego e que está circulando por festivais nacionais e internacionais. Fazem parte dessa primeira sessão três videoclipes: “Sweet river”, de Manfredo, onde o músico e diretor expõe seu lamento sobre a tragédia e crime ambiental de Mariana-MG; “Platônico”, de Pedro Cunha, onde a tônica fica por conta da perfomance musical da Banda De-Bando; e “Entre”, para música homônima da cantora Joana Bentes com a direção de Tati W Franklin e Suellen Vasconcelos.
Outra produção será “Melodiário, sobre a obra de Jaceguay Lins”, filme-ensaio de Marcos Valério Guimarães sobre a obra musical, cinematográfica e poética do Maestro, poeta, montador e trilheiro de cinema Jaceguay Lins – artista da vanguarda musical brasileira na década de 1970 e criador de trilhas e músicas para grandes nomes do cinema brasileiro.
O filme que encerra a primeira sessão da Mostra Competitiva é “Hic”, de Alexandre Buck. Nesse curta-metragem, o realismo fantástico e insólito evidenciam o racismo cotidiano na ilha de Vitória. No roteiro, um maratonista africano ganha a capacidade de se teletransportar, o que atrai os olhos da mídia internacional.
Revista Milímetros
Além de dar visibilidade aos trabalhos de realizadores capixabas, a 12ª Mostra Produção Independente – Aldeias quer ser um espaço para pensar as formas de fomento ao audiovisual praticadas em outros estados brasileiros, refletir sobre como cada realidade local resolve seus problemas, quais suas especificidades, a fim de fortalecer e aperfeiçoar a cadeia produtiva do audiovisual no Espírito Santo.
Parte dessas discussões, estão presentes na Revista Milímetros nº 7, que também funciona como catálogo dos filmes que fazem parte da programação da Mostra Produção Independente que será distribuída gratuitamente. A publicação também traz entrevistas Débora Ivanov, diretora-presidente da Ancine, e com Flávio Gonçalves, diretor-geral do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia; matérias sobre a contextualização histórica das políticas de audiovisual capixaba, sobre o crescimento do mercado para obras seriadas e sobre os filmes da Mostra Paralela, entre outros assuntos.
12ª Mostra Produção Independente – Aldeias
Cine Jardins – Shopping Jardins – Jardim da Penha – Vitória-ES
ENTRADA FRANCA!
SEGUNDA-FEIRA (28 de agosto de 2017)
19h – Cerimônia de abertura da 12ª Mostra Produção Independente – Aldeias e lançamento da Revista/Catálogo Milímetros nº 7
Homenagem a Regina Mainardi
20h – Mostra Competitiva Capixaba – Classificação indicativa: 14 anos
Divina Luz, de Ricardo Sá, documentário, 15 min, 2017
Sweet river, de Manfredo, videoclipe, 4 min, 2017
Platônico, de Pedro Cunha, videoclipe, 3 min, 2015/2017
Melodiário, sobre a obra de Jaceguay Lins, de Marcos Valério Guimarães, documentário, 25 min, 2015
Entre, de Tati W Franklin e Suellen Vasconcelos, videoarte, 4 min, 2016
Hic, de Alexander Buck, experimental, 15 min, 2016
Debate com os realizadores após a exibição dos filmes