Gestão Alexandre Serafini
Foram eleitos para a nova diretoria Alexandre Serafini como presidente; Ursula Dart como vice-presidente; Alana Ribeiro, Marcos Valério e Ricardo Sá como diretores e com Gabriel Perrone na suplência; Lizandro Nunes e Jovany Salles Rey como primeiro e segundo tesoureiros respectivamente; Bob Redins e Paulo Gois como primeiro e segundo secretários respectivamente; Carla Osório, Saskia Sá e Orlando Bomfim Netto como membros do Conselho Fiscal.
Alexandre Serafini iniciou sua gestão em fevereiro de 2011 defendendo que o setor precisava de mais recursos e de um edital de longa-metragem anual, pois em 2010 não foi lançado edital para longa-metragem e os recursos da Secult para o audiovisual caíram de 788 mil reais para 539,6 mil reais. O presidente acreditava estar caminhando bem em suas reivindicações quando foi surpreendido pela notícia do investimento de mais de um milhão de reais de recursos do Instituto Sincades em um filme produzido por um norte-americano. Esse fato lamentável para o audiovisual capixaba foi um duro golpe nos ânimos não só do presidente, como de todos os realizadores locais. A doação ao filme yankee acabou abrindo caminhos para mais reivindicações da categoria. “Nós sabemos agora que este dinheiro existe. O Governo Estadual não pode mais usar a falta de verba como desculpa para retrair os investimentos em cultura”, declarou à época o presidente Alexandre Serafini para a edição nº 3 da revista Milímetros.
Em 2011, o prêmio do edital de longa-metragem da Secult foi o mesmo de 2009 – 500 mil reais, menos da metade do que foi entregue ao filme norte-americano. O valor total dos prêmios concedidos para o setor audiovisual capixaba foi de aproximadamente 895 mil reais para projetos de produção, finalização e roteirização, um aumento de cerca de 85% em relação ao ano de 2010.
Enquanto lidava com questões políticas, a diretoria se dedicou a realizar a 7ª Mostra Produção Independente, que naquele ano apontou sua lança para o mercado. “A Sétima Arte Vai ao Mercado” foi o tema da edição, que buscou apresentar um mercado possível para curtas-metragens, filmes fora do eixo ou produzidos com baixíssimo orçamento. As novidades daquele ano foram a Mostra Paralela de Longas-metragens de Baixo Orçamento e a Loja do Audiovisual Capixaba, com livros e DVD,s de realizadores.
Em junho de 2012, a sala que a ABD Capixaba ocupava na avenida Leitão da Silva, em Vitória, foi desocupada e todos os móveis e acervos da entidade foram deixados com os membros da diretoria. Foi uma decisão importante para que a associação não entrasse em colapso financeiro, uma vez que os patrocínios rarearam naquele ano. Um dos motivos também foi a pouca utilização da sala por parte da diretoria e dos associados, que não justificava os gastos com aluguel e manutenção do espaço. Sem sede, os encontros para a organização da 8ª Mostra Produção Independente – Janelas foram feitos na casa de integrantes da equipe organizadora.
A mostra exibiu praticamente todos os filmes que recebeu, num total de 48 obras capixabas. “A gente abriu espaço mesmo. Tivemos receio, mas gostamos do resultado. Como associação de produtores independentes, nosso papel é abrir uma janela de exibição para a produção daqui. É difícil exibir um trabalho”, disse Ursula Dart, uma das coordenadoras da mostra, em entrevista ao jornal A Gazeta de 08 de julho de 2012.
As discussões sobre os editais da Secult continuaram aquecendo a lista de e-mails da ABD Capixaba. Em 2012, após o escândalo dos recursos destinados ao filme norte-americano, os valores dos editais de audiovisual saltaram de aproximadamente 895 mil reais para quase 1,5 milhão de reais. O valor do edital de produção de longa-metragem ficção subiu de 500 mil para 700 mil reais. O edital de cineclubismo passou a premiar 10 projetos e houve, ainda, editais de produção de curta-metragem ficção e documentário, finalização e roteirização.
As discussões sobre a divisão dos valores dos editais, a partir daquele ano, passaram a fazer parte da agenda do Conselho Estadual de Cultura, onde a ABD Capixaba, a Organização dos Cineclubes Capixabas (Occa) e o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões no Estado do Espírito Santo (Sated-ES) dividem acento. Os conselheiros eleitos a cada dois anos têm a incumbência de realizar consultas às suas categorias para informar ao Conselho Estadual de Cultura as decisões da classe. Os embates, a cada ano, são acirrados, tendo em vista que a demanda é maior do que a oferta. Em 2012 também ocorreu a elaboração do Plano Municipal de Cultura de Vitória e a ABD Capixaba participou ativamente com contribuições às propostas.
Alexandre Serafini comenta suas recordações do tempo em que foi presidente da ABD Capixaba, entre 2011 e 2013: “Especificamente lembro da situação do embate pelo edital anual de longa-metragem, que agora está aí e evoluindo, e, no meu tempo, era bienal. Na época, o governo fez uma desastrosa ação de dar mais de um milhão de reais para uma sequência de um filme de fora e isso gerou uma comoção e uma mobilização da classe que culminou com a exigência do edital anual. E vi o esfacelamento da ABD Nacional motivado por rinhas, vaidades e luta pelo poder. A ABD Nacional ainda não se recuperou disso”, destaca Serafini.
A eleição para definir a nova diretoria aconteceu em 31 de julho de 2013.