O que rolou na noite de abertura da 13ª Mostra Produção Independente

Noite de casa cheia no Cine Jardins nessa segunda-feira (02/07). Assim foi o primeiro dia da 13ª Mostra Produção Independente – Novos Rumos, reunindo realizadores de diversas gerações para assistir aos curtas selecionados na Mostra Competitiva. Na sessão foram exibidos documentários, ficções, videoclipes e videoartes. Ao final da exibição, os realizadores presentes participaram de um bate-papo com conversar o público onde puderam falar mais sobre os bastidores de produção de seus filmes e sobre as discussões suscitadas por eles.

Além de assistir aos filmes, o público ainda participou do lançamento da revista-catálogo Milímetros nº8, a revista da ABD Capixaba. Com informações sobre todos os filmes da mostra, a revista traz textos sobre o cinema capixaba e a nova geração de realizadores e realizadoras que estão mudando a forma de fazer cinema, além de acompanhamento das principais políticas culturais disponíveis no Espírito Santo e no Brasil. A revista é gratuita e é distribuída durante a realização da 13ª Mostra Produção Independente.

Uma seleção de curtas bem diversa estampou a tela do cinema, assim como o espírito desta edição da mostra, focado em dar visibilidade ao cinema produzido por negros, mulheres, indígenas, pessoas LGBTQI+ dentre outros grupos minoritários que apresentam seu olhar sobre o mundo através do cinema. Em sua saudação, Leandra Moreira (imagem ao lado), presidente da ABD Capixaba e produtora executiva da 13ª Mostra Produção Independente ressaltou a importância das produções chegarem para o público: “Fazemos cinema para exibir para vocês, espectadores. Realizamos filmes para compartilhar aquilo que pensamos com vocês. Nesta edição da Mostra Produção Independente, temos o tema “Novos Rumos” e estamos trazendo a diversidade para dentro da sala de cinema”.

A diversidade também apareceu nas diferentes gerações de cineastas que exibiram seus filmes, desde aqueles que pela primeira vez se dedicaram à produção audiovisual aos mais experientes, todos tiveram seu espaço na exibição da mostra. Nas palavras da veterana Saskia Sá, que exibiu pela primeira vez um filme na Mostra Competitiva “é uma honra imensa e um momento muito especial para mim, porque essa mostra eu ajudei a criar quando fui presidente da ABD, então é um espaço fundamental”.

Saskia Sá fez a primeira exibição do curta documentário Rio das Lágrimas Secas, filme que registra o impacto causado pelo rompimento da barragem de dejetos da Samarco em três comunidades ribeirinhas do Rio Doce por meio de relatos de mulheres. Também foram exibidos os filmes de ficção Ádito, de Rubiane Maia e Renata Ferraz, que versa sobre o silêncios e partidas; e O projeto do meu pai, ficção em animação da diretora Rosaria, que fala da relação entre pai e filha.

Três vídeos experimentais trataram de levar o público a pensar outras formas de se contar uma história. Tríptico, de Lobo Pasolini, traz imagens que relacionam política, economia e a crise da segurança vivida pelo Espírito Santo no início do ano. Blubird, de Endi Ma, arrisca os horizontes de uma videodança, manipulando as imagens até se tornarem apenas formas coloridas. Em Epigramas, Wayner Tristão traz imagens de casarões antigos em um ensaio sobre passado e arquitetura.

O primeiro dia da mostra contou ainda com o videoclipe dirigido por Tati Franklin e Suellen Vasconcelos, da música Ceca, performada pela cantora Joana Bentes.

Os filmes da Mostra Competitiva concorrem aos seguintes prêmios: bolsas para cursos técnicos em audiovisual na IATEC – Instituto de Artes e Técnicas em Cinema; serviço de Encode para DCP concedido pela Link Digital,  e um plano de distribuição da Livres Filmes.

Uma realização da ABD Capixaba, a 13ª Mostra Produção Independente – Novos Rumos tem o patrocínio do Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes) e conta com o apoio da Universidade Federal do Espírito Santo, por meio de sua Secretaria de Cultura, do Iatec, da Link Digital, da Livres Filmes, da Comunicação Impressa e da TV Gazeta.

Fotos: Luara Monteiro