Apaixonado pela Sétima Arte desde a infância, esse cineasta amador, de um modo quase artesanal, realizou dezenas de filmes motivado pelo desejo de contar suas histórias na telona
(foto: Luara Monteiro)
Em novembro do ano passado, o Espírito Santo perdeu um ícone de sua produção audiovisual. A partir da pequena cidade de Mantenópolis, no noroeste capixaba, Manoel Loreno da Silva, mais conhecido como Seu Manoelzinho, produziu mais de 40 obras com poucos recursos, um esforço que ganhou destaque nacional. O cineasta será homenageado na noite de abertura 14ª Mostra Produção Independente – Resistências, evento que acontece do dia 02 até o dia 05 de dezembro, em Vitória.
Franzino, com o jeito simples de um cidadão do interior e um sorriso tímido sempre estampado no rosto, Manoelzinho cativou o país e deu entrevistas em programas de repercussão nacional na televisão como na Ana Maria Braga, Jô Soares, Gugu Liberato e outros, mostrando como construía seus filmes, utilizando atores locais.
Frequentador assíduo do cinema de Mantenópolis desde a infância, começou a trabalhar como ajudante no local. Depois resolveu começar a filmar na própria cidade com uma câmera VHS, inspirado nos filmes de faroeste americano, produções que fazia enquanto também exercia a função de ajudante de pedreiro. Analfabeto, riscava no chão de terra, à sombra de uma árvore, o que viria a ser o roteiro de seus filmes. Roteirista, diretor e também ator, assumia o papel protagonista em suas obras.
Entre os longa-metragens que filmou estão “A vingança de Loreno”, “O homem sem lei”” “Amor Proibido”, “Loreno, o gatilho mais rápido do Oeste”, “O rico pobre” e a “A gripe do frango” (imagem ao lado). Em sua maioria, seus filmes se aproximam do gênero western. Sua história e forma de produzir foram registrados do documentário “O sonho de Loreno”, produção de 2005 dirigida por Alana Almondes e que fez parte do projeto Revelando Brasis.