3ª Mostra Produção Independente – A Vida é Curta

Inspirada pelo sucesso da Mostra Transborda, a diretoria da ABD se animou a fazer algo maior e realizou um projeto de reconstituição da memória do cinema no Espírito Santo, publicando o catálogo 81 Anos de Cinema no Espírito Santo e exibindo filmes desse período. A Mostra Produção Independente – A Vida É Curta aconteceu de 14 a 18 de agosto de 2007 e contou ainda com debates, Mostra Competitiva, lançamento de um DVD-coletânea com filmes da Mostra Competitiva e ainda um elemento inovador – o Cine-concerto. Na noite de abertura do evento no Cine Metrópolis, enquanto eram projetadas imagens de filmes realizados durante os 81 anos de cinema no Espírito Santo, a banda Solana executava uma trilha sonora especialmente criada para aquele momento. O público fez uma viagem ao passado, transportado por uma máquina do tempo construída por imagem e som .

Também aconteceram diversas mesas-redondas com personalidades que marcaram ou pesquisaram a história do cinema capixaba em momentos distintos – Patrícia Bravin (com seu estudo sobre Ludovico Persici), Margarete Taqueti, Ana Saiter, Luciana Vellozzo, Claudino de Jesus, Ernandes Zanon, Cleber Carminati, Nenna B, Milson Henriques, João Barreto, Rosana Paste, Socó, Luiza Lubiana, Antônio Chalhub, Saskia Sá, Orlando Bomfim Netto, Ramon Alvarado e Luiz Claudio Ribeiro. Os temas das mesas foram “O Vídeo como Expressão de Movimento Coletivo nos Anos 80”; “Perspectivas de Produção e Difusão para o Audiovisual Capixaba”; “Panorama da Produção Cinematográfica Capixaba”; e “Por Uma Memória do Cinema Capixaba”. Foram discussões acaloradas, registradas para a posteridade.

Naquele ano, a ABD também lançou a ideia dos vídeos-homenagens. Os primeiros homenageados escolhidos foram Paulo de Paula e Branca Santos Neves. Para eles foi produzido o vídeo La Vie en Rose, que reúne trechos de filmes em que ambos atuaram. O vídeo foi lançado na noite de encerramento da mostra, junto com a leitura do poema A Vida é Curta. Também naquela noite foi feita a leitura da Carta de Vitória, que reivindicava pontos importantes para o setor do audiovisual.

A mostra competitiva contou com filmes que marcaram época como Manada, de Luiza Lubiana; Costa Pereira, de Cloves Mendes; No Princípio Era o Verbo, de Virginia Jorge; Saudosa, de Erly Vieira Jr e Fabrício Coradello; e O Ciclo da Paixão, de Luiz Tadeu Teixeira. Nicole, de Gabriel Perrone, Gui Castor e Nicholas Baeta, levou o prêmio de Melhor Vídeo pelo Júri Popular. O Evangelho Segundo Seu João, de Eduardo Souza Lima, Leonardo Gomes e João Moraes, ficou com o Prêmio de Originalidade. Cave Canem, de Heraldo Ferreira, Hugo Reis, Maria Inês Dieuzeide e Mariajan Mijoc, levou o Prêmio Especial do Júri. E o média-metragem Enquanto Houver Fantasia, de Ricardo Sá, ganhou o Prêmio Estilo. Na noite de encerramento aconteceu ainda a pré-estreia do curta A Fuga, de Saskia Sá.