A faixa de programação bônus da 13ª Mostra Produção Independente – Novos Rumos apresenta um extrato dos novos olhares na produção de cinema brasileiro contemporâneo
Se o cinema é responsável por oferecer um ponto de vista sobre o mundo, a Pós-Mostra Novos Rumos da ABD Capixaba, que acontece entre os dias 06 e 07 de julho, no Cine Metrópolis, em Vitória, demonstra como é fundamental que esses pontos de vista sejam diversos. A faixa de programação é um bônus que integra a 13ª Mostra Produção Independente – Novos Rumos, que levanta a discussão sobre a participação de negros, mulheres, indígenas, comunidades tradicionais e pessoas LGBTQI+ na produção do cinema brasileiro e capixaba. Após as exibições, haverá debate com realizadores convidados. Todas as sessões da 13ª Mostra Produção Independente – Novos Rumos são gratuitas.
Com a curadoria de Diego de Jesus e Hegli Lotério, a Pós-Mostra Novos Rumos traz sete curtas-metragens e um longa para apresentar um pequeno panorama de filmes recentes nacionais que evidenciam os resultados das políticas afirmativas de acesso aos meios de produção. De diferentes estéticas e temas, financiados por editais de cultura ou coletivamente em diferentes regiões do país, a maioria dos filmes conta com a direção de mulheres negras e evidenciam a importância da subjetividade do olhar de quem filma.
Nos curtas Historiografia, de Amanda Pó, vemos o exercício impactante de recontar episódios da história da arte e da ciência pela perspectiva de quem nunca pôde contá-la. Em Travessia, de Safira Moreira (imagem ao lado), a importância de reconstruir-se a memória das famílias negras; Revejo, de Láisa Freitas, nos leva a perceber a construção entre passado, presente e futuro da mulher negra ao redescobrir seu corpo numa perspectiva contemporânea. Em A Boneca e o SIlêncio, de Carol Rodrigues caminha para um novo horizonte do corpo feminino ao contar a história de uma gravidez indesejada.
No campo da ficção, os curtas Braços Vazios, de Daiane Rocha (imagem ao lado), nos leva a conhecer os efeitos colaterais do genocídio dos jovens negros no Espírito Santo; Chico, dos Irmãos Carvalho, utiliza o gênero afrofuturismo para criar um imaginário de resistência quando jovens negros são sequestrados por um Estado opressor em níveis jamais vistos. Em Superpina, de Jean Santos (imagem no topo da matéria), é o imaginário de consumo que é ressignificado por meio de uma protagonista que começa a trabalhar em um supermercado.
O único longa-metragem da mostra, Meu Corpo é Político, de Alice Riff (imagem ao lado), é um documentário que acompanha quatro militantes trans, e atualiza questões contemporâneas do movimento LGBTQI+ e suas disputas políticas.
A Pós-Mostra Novos Rumos encerra a programação da semana da 13ª Mostra Produção Independente realizada pela ABD Capixaba.e conta com o apoio da Universidade Federal do Espírito Santo, por meio de sua Secretaria de Cultura.
PROGRAMAÇÃO DA PÓS-MOSTRA NOVOS RUMOS
Local: Cine Metrópolis/Ufes Campus Goiabeiras, Vitória
Horários: 19 horas
ENTRADA FRANCA!
DIA 07 DE JULHO (sexta-feira)
Historiografia, de Amanda Pó (documentário, 3’40”, 2017, São Paulo, Livre)
Travessia, de Safira Moreira (documentário, 5’, 2017, Rio de Janeiro, Livre)
Braços Vazios, de Daiana Rocha (ficção, 16’, 2018, Espírito Santo, 14 anos)
Meu Corpo É Político, de Alice Riff (documentário, 71’, 2017, 12 anos, São Paulo)
DIA 07 DE JULHO (sábado)
A Boneca e O Silêncio, de Carol Rodrigues (documentário, 19’, 2015, São Paulo, 14 anos)
Superpina, de Jean Santos (Ficção, 28’, 2017, Pernambuco, 16 anos)
Chico, dos Irmãos Carvalho (ficção, 23’, 2017, Rio de Janeiro, 12 anos)
Revejo, de Láisa Freitas (documentário, 19’10”, 2017, Espírito Santo, Livre)