Criação da ABD Capixaba

Em um contexto marcado por vontade de fazer, aprendizado, revelação de profissionais, intensa produção e algumas iniciativas e investimentos do poder público, foi criada a ABD Capixaba. Luiz Tadeu Teixeira, que participou ativamente da criação da entidade, relembra que “a ABD Capixaba surgiu de uma articulação liderada pelo documentarista Orlando Bomfim Netto, então secretário executivo da Câmara do Audiovisual, um colegiado criado junto à Aderes, órgão da Secretaria Estadual de Desenvolvimento e Turismo, no final do mandato do governador José Ignácio Ferreira, com o objetivo de articular a institucionalização do Polo de Cinema do Espírito Santo, que era sustentado por uma linha de financiamento do Grupo Executivo para Recuperação Econômica do Bandes” (em entrevista para Vitor Lopes publicada na revista Milímetros nº2).

A criação da ABD Capixaba, em 14 de abril de 2000, representou um grande avanço na organização do audiovisual capixaba e o fato de se tratar de uma entidade existente em vários outros estados brasileiros e que defendia o cinema nacional fez com que os realizadores se unissem, não deixando dúvidas sobre o desejo de fazer parte dela. A eleição da primeira diretoria aconteceu no Teatro Universitário da Ufes e reuniu 25 entusiasmados realizadores, entre eles vários integrantes do movimento cineclubista.

A produtora Ursula Dart, que participa da entidade desde os primeiros anos, recorda sobre aquele tempo – “lembro do teatrinho da Ufes, local da constituição da ABD. Neste momento, eu ainda não entendia muito bem a importância da entidade e sua potência. Mais assisti que participei.” A produtora Leandra Moreira também completa com algumas recordações – “lembro de reuniões no Clube Centenário; de Tadeu como presidente; de muita gente jovem e esperançosa; de querermos trazer pelo menos uma moviola pra Vitória, pois como filmávamos em película, todos os recursos, equipamentos, laboratórios ficavam no Rio de Janeiro ou em São Paulo. Me lembro que só preenchi a ficha de associação na ABD Capixaba quando tive meu nome nos créditos do meu primeiro filme como produtora. Havia uma carência enorme de recursos, reconhecimento, formação.”